Prontuário médico: a principal linha de defesa do profissional da saúde

O prontuário médico é, sem dúvida, um dos documentos mais importantes na prática clínica. Mas o que muitos profissionais não percebem é que, além de registrar a história clínica do paciente, ele também pode se tornar a arma mais poderosa na defesa jurídica do médico — ou, se mal preenchido, sua maior vulnerabilidade.

Neste artigo, explicamos por que o prontuário é fundamental em sindicâncias no CRM e em processos judiciais, quais erros devem ser evitados e como utilizá-lo como instrumento de proteção ética e legal.

Por que o prontuário médico é tão importante?

Do ponto de vista legal, o prontuário é a principal evidência documental em casos que envolvem responsabilidade médica. Em situações onde há dúvida sobre a conduta do profissional, os julgadores — tanto nos Conselhos quanto na Justiça — irão analisar criteriosamente o conteúdo dos registros feitos pelo médico.

O Código de Ética Médica estabelece, de forma clara, que o profissional tem o dever de registrar de forma completa e fidedigna todas as informações relevantes do atendimento. A ausência dessas informações pode ser interpretada como negligência, omissão ou até tentativa de ocultar falhas.

Casos reais mostram a importância do registro detalhado

Um caso recente julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) envolveu a condenação de um obstetra por não registrar adequadamente as intercorrências no parto. Mesmo que o dano à criança pudesse ter outras causas, a falta de documentação adequada pesou fortemente contra o médico.

Em outras palavras: na ausência de registro, presume-se que a conduta foi inadequada.

Esse é um ponto crítico: o que não está escrito no prontuário, simplesmente não existiu aos olhos da Justiça.

Os erros mais comuns no preenchimento do prontuário
  1. Anotações genéricas ou incompletas
    Frases vagas como “paciente estável” ou “em boas condições” não comprovam conduta médica adequada.
  2. Falta de registros em atendimentos críticos
    Omissões em casos de urgência, intercorrências ou procedimentos mais delicados são extremamente perigosas.
  3. Registros feitos com atraso
    Preenchimentos feitos dias depois do atendimento são facilmente contestados e perdem valor probatório.
  4. Delegar o preenchimento a terceiros
    Mesmo quando feito por equipe auxiliar, o médico é o responsável legal pelo conteúdo do prontuário.
Como transformar o prontuário em seu escudo jurídico
  • Seja detalhista e objetivo
    Registre sinais clínicos, queixas do paciente, condutas adotadas, orientações e evolução do quadro.
  • Adote protocolos internos de preenchimento
    Padronize os registros e garanta que todos os profissionais da equipe estejam alinhados.
  • Utilize sistemas eletrônicos confiáveis
    O prontuário eletrônico facilita o controle de data, hora e autoria de cada anotação.
  • Registre até mesmo as recusas do paciente
    Se o paciente recusar exames, procedimentos ou orientações, isso deve estar documentado.
Prontuário bem feito protege o médico em todos os níveis

Seja em sindicâncias no CRM, processos judiciais, ações de indenização, ou até mesmo em fiscalizações administrativas, um prontuário bem estruturado é a prova técnica mais relevante em favor do profissional da saúde.

Mais do que uma obrigação legal, ele representa um instrumento estratégico de defesa — e pode ser o fator decisivo entre uma condenação ou a absolvição.

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